Nas Asas do Sonho
Onde desaguam as imagens, as palavras e as emoções... que me fazem voar... para além da espuma dos dias.
sábado, julho 02, 2016
quarta-feira, março 25, 2009
domingo, fevereiro 15, 2009
quarta-feira, dezembro 24, 2008
sábado, novembro 15, 2008
Não quero ser... sem que me olhes
Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser… sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
Pablo Neruda
E como são belos os teus olhos, meu amor! Neles sinto a Primavera, todos os dias.
Pablo Neruda
E como são belos os teus olhos, meu amor! Neles sinto a Primavera, todos os dias.
Parabéns doçura! ;o)
segunda-feira, setembro 15, 2008
Flores que nascem dos teus lábios
Olho os teus olhos fechados,
ouço a tua respiração breve.
E sei que sabes que te vejo,
como tu sabes que eu o sei.
Admiro, meu amor, o teu sonho.
Levas-me para fora da cidade,
às estradas ermas dos arredores,
onde voo sobre o teu corpo.
E um outro nos aparece:
ramos, são os teus braços;
flores,as que nascem dos teus lábios;
corre um rio no vale entre os seios.
E volto a ser um camponês,
trabalhando a terra que me dás.
Nuno Júdice
quinta-feira, maio 15, 2008
terça-feira, março 25, 2008
Tus manos
Cuando tus manos salen,
y amor, hacia las mías,
qué me traen volando?
Por qué se detuvieron en mi boca,
de pronto,
por qué las reconozco
como si entonces antes,
las hubiera tocado,
como si antes de ser
hubieran recorrido
mi frente, mi cintura?
Su suavidad venía
volando sobre el tiempo,
sobre el mar, sobre el humo,
sobre la primavera,
y cuando tú pusiste
tus manos en mi pecho,
reconocí esas alas
de paloma dorada,
reconocí esa greda
y ese color de trigo.
Los años de mi vida
yo caminé buscándolas.
Subí las escaleras,
crucé los arrecifes,
me llevaron los trenes,
las aguas me trajeron,
y en la piel de las uvas
me pareció tocarte.
La madera de pronto
me trajo tu contacto,
la almendra me anunciaba
tu suavidad secreta,
hasta que se cerraron
tus manos en mi pecho
y allí como dos alas
terminaron su viaje.
Pablo Neruda
terça-feira, janeiro 29, 2008
Querer... é poder!
"Aquilo que encanta também guia e protege, apaixonadamente obcecados por seja o que for que amemos - barcos à vela, aviões, ideias ... uma avalancha de magia aplaina-nos o caminho, dilui regras, razões, divergências, transporta-nos sobre abismos, temores, dúvidas. Sem o poder desse amor, somos barcos imobilizados em mares de tédio, mortalmente."
Richard Bach
Richard Bach
segunda-feira, janeiro 21, 2008
"Estar enamorado...
... é suspeitar, definitivamente,
que a solidão da nossa sombra está vencida."
Francisco Luís Bernardez
que a solidão da nossa sombra está vencida."
Francisco Luís Bernardez
terça-feira, janeiro 15, 2008
sábado, dezembro 15, 2007
Só o Amor...
Quando alguém nos acontece, transfigura o próprio sentido da nossa existência. O seu olhar prende-nos. Faz-nos deflagrar. Converte-nos para si. Transfigura em absoluto tudo. Exprime o poder total do sortilégio de um olhar que incendeia.
Como é possível que um rosto se destaque da multidão de rostos que vemos todos os dias ao longo da nossa vida? Como é possível até que um rosto já familiar se destaque um dia das inumeráveis vezes que o vimos? Qual é a natureza desse destaque que se acende ao mesmo tempo que apaga todos os outros?
De certeza que não resulta da simples beleza. O fotógrafo, o realizador, o pintor, o esteta, todos nós o sabemos de uma forma ou de outra. A divina beleza não chega para preencher uma alma. Só outra alma.
Quando da profundidade da vida, o rosto de alguém se revela, esse alguém passa a tomar conta da nossa vida até se confundir com ela. Tudo inunda. Interpõe-se entre nós e o mundo inteiro. Parece impossível, mas o facto é que entre nós e o mundo impõe-se a sua presença terna e doce. Somos esse reino intermédio, esse entre nós e tudo- mas mesmo tudo- o resto. A beleza invade e contamina. Acorda o amor, deixa-nos vulneráveis, totalmente expostos, frágeis como a asa de uma borboleta que só tem um dia para viver, uma ferida viva. O amor chega-nos com doçura, é doce. A doçura é aqui uma metáfora do sonho. A nossa vida torna-se num sonho, num sonho de amor.
Pedro Paixão, in “Ladrão de Fogo”
Como é possível que um rosto se destaque da multidão de rostos que vemos todos os dias ao longo da nossa vida? Como é possível até que um rosto já familiar se destaque um dia das inumeráveis vezes que o vimos? Qual é a natureza desse destaque que se acende ao mesmo tempo que apaga todos os outros?
De certeza que não resulta da simples beleza. O fotógrafo, o realizador, o pintor, o esteta, todos nós o sabemos de uma forma ou de outra. A divina beleza não chega para preencher uma alma. Só outra alma.
Quando da profundidade da vida, o rosto de alguém se revela, esse alguém passa a tomar conta da nossa vida até se confundir com ela. Tudo inunda. Interpõe-se entre nós e o mundo inteiro. Parece impossível, mas o facto é que entre nós e o mundo impõe-se a sua presença terna e doce. Somos esse reino intermédio, esse entre nós e tudo- mas mesmo tudo- o resto. A beleza invade e contamina. Acorda o amor, deixa-nos vulneráveis, totalmente expostos, frágeis como a asa de uma borboleta que só tem um dia para viver, uma ferida viva. O amor chega-nos com doçura, é doce. A doçura é aqui uma metáfora do sonho. A nossa vida torna-se num sonho, num sonho de amor.
Pedro Paixão, in “Ladrão de Fogo”
segunda-feira, dezembro 10, 2007
Deep Inside
If you’re a cowboy I would trail you,
If you’re a piece of wood I’d nail you to the floor.
If you’re a sailboat I would sail you to the shore.
If you’re a river I would swim you,
If you’re a house I would live in you all my days.
If you’re a preacher I’d begin to change my ways.
Sometimes I believe in fate,
But the chances we create,
Always seem to ring more true.
You took a chance on loving me,
I took a chance on loving you.
If I was in jail I know you’d spring me
If I was a telephone you’d ring me all day long
If was in pain I know you’d sing me soothing songs.
Sometimes I believe in fate,
But the chances we create,
Always seem to ring more true.
You took a chance on loving me,
I took a chance on loving you.
If I was hungry you would feed me
If I was in darkness you would lead me to the light
If I was a book I know you’d read me every night
If you’re a cowboy I would trail you,
If you’re a piece of wood I’d nail you to the floor.
If you’re a sailboat I would sail you to the shore.
If you’re a sailboat I would sail you to the shore.
Katie Melua - “If You Were a Sailboat”
(http://www.youtube.com/watch?v=x25F3-sR2Yo)
quarta-feira, dezembro 05, 2007
sábado, dezembro 01, 2007
domingo, novembro 25, 2007
quinta-feira, novembro 22, 2007
quinta-feira, novembro 15, 2007
segunda-feira, novembro 12, 2007
quinta-feira, novembro 08, 2007
terça-feira, novembro 06, 2007
Gosto quando te calas
Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.
Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.
Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longínquo e singelo.
Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.
Pablo Neruda
segunda-feira, novembro 05, 2007
quarta-feira, outubro 31, 2007
quinta-feira, outubro 25, 2007
Lar
Lar é onde se acende o lume e se partilha mesa
e onde se dorme à noite o sono da infância.
Lar é onde se encontra a luz acesa quando se chega tarde.
Lar é onde os pequenos ruídos nos confortam:
um estalar de madeiras, um ranger de degraus,
um sussurrar de cortinas.
Lar é onde não se discute a posição dos quadros,
como se eles estivessem ali desde o princípio dos tempos.
Lar é onde a ponta desfiada do tapete, a mancha de humidade no tecto,
o pequeno defeito do caixilho,
são imutáveis como uma assinatura reconhecida.
Lar é onde os objectos têm vida própria e as paredes
nos contam histórias.
Lar é onde cheira a bolos, a canela, a caramelo.
Lar é onde nos amam.
Rosa Lobato Faria , "O Sétimo Véu"
(mood: Michael Bublé, Home, em
http://www.youtube.com/watch?v=fDQnkYwfNfk)
quinta-feira, outubro 18, 2007
Espera...
Espera...
Guarda um pouco a criança impulsiva,
irrequieta e incessante que trazes dentro.
És homem. Sólido e maduro.
Sabes o que queres, o que esperas.
Dá um tempo. Dá tempo ao tempo.
Recolhe-te um pouco. Serena.
Sim, eu sei: és todo coração!
Mas espera... espera...
O que tiver de ser... será!
E tu sabes... sempre foste encontrado.
E o melhor... veio sempre de surpresa!
sábado, outubro 13, 2007
Uma vez...
"... em África andava eu no mato, quando vejo uma zebra maluca às cabeçadas às árvores e afligi-me todo porque o animal não era dali e ia espatifar-se fora do seu horizonte. Alto, bicho bonito! Vem ao pé de mim que te levo para a tua savana, nem que nessa caminhada demore o resto da minha vida. Olhou-me com olhos tão meigos que vi logo que me tinha entendido, os animais entendem as palavras e as intenções por detrás delas, caminhou ao meu lado como burro doméstico, era uma fêmea, ao fim de três horas ajoelhou para que eu montasse. E assim andámos dois dias, dorme aqui, avança acolá, cheirávamos a água do rio mas não alcançávamos de lá chegar, ao terceiro dia, mais mortos que vivos, avistámos a margem e bebemos.
Do outro lado era a savana, a zebra havia de atravessar a nado, eu voltaria para trás, mas não sei porquê deu-me um nó na garganta e à zebra também, que me rodeava, roçava a cabeça no meu peito e não partia. Fui à caça de alguma coisa para comer, depenei o meu pássaro, fiz uma fogueira para assá-lo, pensei, agora vai fugir com medo do lume, mas não, deitou-se ao meu lado como se esperasse alguém ou alguma coisa.
Porque já sabia que me escutava falei-lhe de manso, zebra minha amada, a tua vida não é deste lado do rio, tens que ir-te à procura dos teus, ninguém vive bem sozinho e uma zebra muito menos, tens a tua manada, todas às riscas bonitas como tu, pretas e brancas, a explicar aos homens que preto e branco se misturam na maior beleza, eu sei que és minha amiga e que me estás agradecida, mas chegou a hora de dizermos adeus. Correu um pouco pela margem, experimentou a água. Agora é que vai, qual quê, eu estava deitado com as mãos debaixo da nuca, voltou para trás, deitou-se, pousou a cabeça no meu peito e adormeceu.
Era um peso enorme, mas não quis enxotá-la, havia de parecer-lhe ingratidão, lá adormeci e à medida que dormia o peso fez-se mais leve e no meio da noite acordei de repente e tinha uma mulher nos meus braços e uma pele de zebra a cobrir-nos aos dois. Ela era negra, linda, macia e cheirosa, apertou contra o meu o seu corpo nu e ali nos amámos e nunca, nos dias da minha vida, amei nenhuma que se lhe comparasse.
Um ano inteiro vivemos juntos à beira do rio, nunca lhe pedi explicações porque o mistério é o mistério, da pele costurou colete que nunca mais larguei, ensinou-me tudo sobre o amor, a terra, a floresta, a savana e o rio, ensinou-me, na verdade, tudo quanto sei e a paixão que tinha para viver, vivi-a toda naquele ano, naquela terra quente, à beira daquele rio.
Uma madrugada, que recordo como a mais triste de toda a minha vida, não senti a sua cabeça na cova do meu ombro, nem a sua coxa sobre a minha coxa, nem a sua mão pousada no meu peito. Abri os olhos sobressaltado, saí da cabana, chamei. Mas apenas vi do outro lado do rio, uma zebra que se afastava na luz quieta da primeira manhã."
Rosa Lobato Faria, “Os Pássaros de Seda”
(Uma sublime história de AMOR! E o AMOR... é tudo!)
Rosa Lobato Faria, “Os Pássaros de Seda”
(Uma sublime história de AMOR! E o AMOR... é tudo!)
quarta-feira, outubro 10, 2007
terça-feira, outubro 09, 2007
Amizade
Foi assim o fim de dia, em S. Bernardino, no passado domingo.
O desfecho perfeito para um dia FELIZ!
Por tudo o que são, por tudo o que representam para mim,
do fundo do coração:
Obrigado meus amigos, Alda, Vítor e pequeno Francisco :o)
Um abraço forte e emocionado.
(um beijo com muito carinho para ti, Isabel, pela partilha)
sábado, outubro 06, 2007
quinta-feira, outubro 04, 2007
domingo, setembro 09, 2007
E assim fui crescendo
e assim fui crescendo. mergulhando nos dias, como quem sabe que tudo pode encontrar. ou perder. mas só por isso, renascer. os anos foram nascendo e morrendo, nesta espécie de caminho marítimo para mim mesma. navego em barcos metafísicos, naufrago em águas de sede profunda e sigo caminhando o destino que escolho para mim. e há dias em que vejo nascerem flores na palma aberta da minha mão. e eu olho e digo que sim.
Inês Leal
Inês Leal
sábado, junho 02, 2007
quinta-feira, maio 10, 2007
Teu Riso
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
Pablo Neruda
terça-feira, maio 01, 2007
Ilha
Deitada és uma ilha
E raramente
surgem ilhas no mar tão alongadas
com tão prometedoras enseadas
um só bosque no meio florescente
promontórios a pique e de repente
na luz de duas gémeas madrugadas
o fulgor das colinas acordadas
o pasmo da planície adolescente
Deitada és uma ilha
que percorro
descobrindo-lhe as zonas mais sombrias
Mas nem sabes se grito por socorro
ou se te mostro só que me inebrias
Amiga amor amante amada eu morro
da vida que me dás todos os dias
David Mourão-Ferreira
terça-feira, fevereiro 14, 2006
Para ti
Fiquei louco, fiquei tonto
meus beijos foram sem conto
apertei-te contra mim
enlacei-te nos meus braços
embriaguei-me de abraços
fiquei louco e foi assim
dá-me beijos, dá-me tantos
que enleado em teus encantos
preso nos abraços teus
eu não sinta a própria vida
nem minha alma, ave perdida
no azul amor dos teus céus
Fernando Pessoa
domingo, setembro 04, 2005
sábado, agosto 27, 2005
And I'll kiss you... forever!
I'll kiss the sleep from your eyes
I'll kiss you when the sun goes down
I'll kiss your until sunrise
I'll kiss the skin from your lips
And I'll kiss you on your fingertips
And I'll kiss you on the back of your neck
And I'll kiss you behind your ears
And I'll kiss away your tears and fears
And I'll kiss away those hurting years
And I'll kiss away those cruel dark hours
And I'll kiss the petals on your flower
I'll kiss you, I'll kiss you
I'll kiss you until heaven sends you
I'll kiss you between your toes
I'll kiss you on the bottom of your feet
I'll run my tongue across your back
I'll kiss you behind your naked knees
I'll kiss your breast, I'll drink your milk
I'll run my tongue between your lips
I'll kiss you, kiss you, kiss you on your sex
And I'll take you, take you, take you in my mouth
And I'll kiss you, kiss you until heaven sends you
Mission UK, "Heaven Sends You"
quarta-feira, agosto 10, 2005
É o Amor
1. Mafalda Veiga - O Lume
2. Adriana Calcanhoto - Fico Assim Sem Você
3. Anna Cláudia - Presente
4. Cazuza - Faz Parte do Meu Show
5. Daniela Mercury - Como Vai Você
6. Flavio Venturini - Céu de Santo Amaro
7. Gal Costa & Tim Maia - Um Dia de Domingo
8. Luis Represas - Quando Me Perco
9. Mafalda Veiga - Restolho
10. Paulo Gonzo - Vem
11. Plinio Oliveira - Oração Cabocla
12. Roberto Carlos - Cavalgada
13. Maria Bethânia - É o Amor
14. Roupa Nova - Bem Maior
15. Maria Bethânia - Eu Preciso de Você
16. Maria Bethânia - Gostoso Demais
17. Tribalistas - Velha Infância
domingo, agosto 07, 2005
A vida não é existir sem mais nada
Geme o restolho, triste e solitário
a embalar a noite escura e fria
e a perder-se no olhar da ventania
que canta ao tom do velho campanário
Geme o restolho, preso de saudade
esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem côr e sem vontade
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar pra aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
pra receber daquilo que aumenta o coração
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar pra aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
pra receber daquilo que aumenta o coração
Mafalda Veiga, "Restolho"
domingo, julho 31, 2005
Amor de Alma
Se fosses luz serias a mais bela
De quantas há no mundo: - a luz do dia!
- Bendito seja o teu sorriso
Que desata a inspiração
Da minha fantasia!
Se fosses flor serias o perfume
Concentrado e divino que perturba
O sentir de quem nasce para amar!
- Se desejo o teu corpo é porque tenho dentro de mim
A sede e a vibração de te beijar!
Se fosses água - música da terra,
Serias água pura e sempre calma!
- Mas de tudo que possas ser na vida,
Só quero, meu amor, que sejas alma!
António Botto
quarta-feira, julho 27, 2005
terça-feira, julho 26, 2005
domingo, julho 24, 2005
Só um homem e uma mulher...
Esta agitação... esta calma
de te querer amor de pele,
de carne, amor de alma
De te querer simplesmente
em desvario de palavra
de te sentir ardente
ardendo
entrar em mim tão profundamente
neste ardor que me ocupa
sem pudor nem culpa
só um homem e uma mulher... o amor
a cada fracção de tempo
este crescente calor...
este, que é o meu e o teu
e que nunca ninguém conheceu
não assim... como nós
Joana Ramos Pereira
sábado, julho 23, 2005
domingo, julho 17, 2005
sexta-feira, julho 15, 2005
quinta-feira, julho 14, 2005
terça-feira, julho 12, 2005
domingo, julho 10, 2005
O Lume
Vai caminhando desamarrado
Dos nós e laços que o mundo faz
Vai abraçando desenleado
De outros abraços que a vida dá
Vai-te encontrando na água e no lume
Na terra quente até perder
O medo, o medo levanta muros
E ergue bandeiras pra nos deter
Não percas tempo,
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar
Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti
Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar
Mafalda Veiga