Amar é a única inocência...
(...)
Creio no mundo como um malmequer,
Porque o vejo.
Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia, tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
4 Comments:
Este poema é tão real...e tão sentido por quem ama. O Fernando Pessoa estava lá. A sua poesia é realista e quando pensamos que não há palavras para descrever o que sentimos..eis q Pessoa nos desmente...pk tudo o k se sente,pode ganhar formas..e so escolhermos e vermos c cuidado..E já agora, Amem!:)
Gostas de Fernando Pessoa... :)
Este é um heterónimo que me é muito querido. Talvez pela sua ingenuidade mas profunda sabedoria acerca do mundo. E este poema é talvez paradigmático do perfil de Alberto Caeiro- um homem simples que sente acima de tudo, e daí retira as grandes lições da vida.
Um grande psiquiatra da nossa praça diz que as emoções nunca nos enganam (porque são inteligentes, diz outro especalista). E eu desconfio que eles têm razão.
Beijinho grande
Cristina (makuka):
Olá linda,
É verdade, dizes bem, "Fernando Pessoa estava lá". Parece que abarcou todos os sentimentos e estados de alma possíveis, podemos sempre encontrar uma forma de nos revermos, neste ou naquele momento, com este ou aquele estado de alma, no que Pessoa nos deixou. E subscrevo, e sublinho, o teu conselho: AMEM! :o)
Beijinhos
mood:
Olá :o)
Realmente gosto de Fernando Pessoa e, sobretudo, deste heterónimo (o mais feliz e optimista de todos). Caeiro encarna os que se despem do que é ensinado, os que procuram ver as coisas como elas são, como elas naturalmente são, na sua essência, puras e verdadeiras, sem "construção", recebendo-as com os sentidos e na sua total simplicidade.
Como dizes... Caeiro é a ingenuidade, a pureza e a profunda sabedoria.
Sentir e aprender.
E viver sentindo!
É uma análise muito feliz essa: as emoções (é que) são inteligentes. Concordo! Mesmo que, às vezes, não nos enganando... sejam enganadas (digo eu). Mas vale sempre a pena vivê-las. E viver então... inteligentemente :o)
"Eu não sei falar porque estou a sentir." (Alberto Caeiro)
É isto mesmo não é, mood?
Beijinho grande
E já agora, se acharem interessante, aqui ficam os dados do mapa astral :o)
Alberto Caeiro
16/04/1889, 13:45h, Lisboa
Ascendente : Virgem
Sol em : Áries
Lua em : Escorpião
Beijinhos
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