sábado, dezembro 15, 2007

Só o Amor...


Quando alguém nos acontece, transfigura o próprio sentido da nossa existência. O seu olhar prende-nos. Faz-nos deflagrar. Converte-nos para si. Transfigura em absoluto tudo. Exprime o poder total do sortilégio de um olhar que incendeia.
Como é possível que um rosto se destaque da multidão de rostos que vemos todos os dias ao longo da nossa vida? Como é possível até que um rosto já familiar se destaque um dia das inumeráveis vezes que o vimos? Qual é a natureza desse destaque que se acende ao mesmo tempo que apaga todos os outros?
De certeza que não resulta da simples beleza. O fotógrafo, o realizador, o pintor, o esteta, todos nós o sabemos de uma forma ou de outra. A divina beleza não chega para preencher uma alma. Só outra alma.
Quando da profundidade da vida, o rosto de alguém se revela, esse alguém passa a tomar conta da nossa vida até se confundir com ela. Tudo inunda. Interpõe-se entre nós e o mundo inteiro. Parece impossível, mas o facto é que entre nós e o mundo impõe-se a sua presença terna e doce. Somos esse reino intermédio, esse entre nós e tudo- mas mesmo tudo- o resto. A beleza invade e contamina. Acorda o amor, deixa-nos vulneráveis, totalmente expostos, frágeis como a asa de uma borboleta que só tem um dia para viver, uma ferida viva. O amor chega-nos com doçura, é doce. A doçura é aqui uma metáfora do sonho. A nossa vida torna-se num sonho, num sonho de amor.

Pedro Paixão, in “Ladrão de Fogo

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Deep Inside


If you’re a cowboy I would trail you,
If you’re a piece of wood I’d nail you to the floor.
If you’re a sailboat I would sail you to the shore.
If you’re a river I would swim you,
If you’re a house I would live in you all my days.
If you’re a preacher I’d begin to change my ways.

Sometimes I believe in fate,
But the chances we create,
Always seem to ring more true.
You took a chance on loving me,
I took a chance on loving you.

If I was in jail I know you’d spring me
If I was a telephone you’d ring me all day long
If was in pain I know you’d sing me soothing songs.

Sometimes I believe in fate,
But the chances we create,
Always seem to ring more true.
You took a chance on loving me,
I took a chance on loving you.

If I was hungry you would feed me
If I was in darkness you would lead me to the light
If I was a book I know you’d read me every night

If you’re a cowboy I would trail you,
If you’re a piece of wood I’d nail you to the floor.
If you’re a sailboat I would sail you to the shore.
If you’re a sailboat I would sail you to the shore.

Katie Melua - “If You Were a Sailboat”
(http://www.youtube.com/watch?v=x25F3-sR2Yo)

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Poema


Quero escrever-te um poema que
tenha um sentido claro como o
que os teus olhos me disseram.

poderia ser um poema de amor,
tão breve como o instante em
que me deixaste ver os teus olhos.

mas o que os olhos dizem não cabe
num poema, nem eu sei como se diz
o amor que só os olhos conhecem.

Nuno Júdice

sábado, dezembro 01, 2007

Momentos


Há momentos assim.

Momentos que justificam um post,
um blog,
mas mais,
muito mais...
todo um sentimento!

Ouvir a tua voz.
Sem esperar.
De surpresa.

Daí.
Tão perto de mim.
tão certo em ti.

Sentir que me entendes.
Que percebes como é importante.
Que sentes.

Há momentos assim.